A CEO da AMD, Lisa Su, confirmou oficialmente durante a chamada de resultados do quarto trimestre de 2024 que as placas gráficas da série Radeon RX 9070, baseadas na arquitetura RDNA 4, estarão disponíveis no início de março de 2025, pondo fim a meses de especulação na indústria sobre a data de lançamento. Este momento coincide com as janelas de lançamento do RTX 5070 Ti da NVIDIA (lançamento em 20 de fevereiro) e do RTX 5070 (esperado em março), preparando o cenário para um confronto competitivo no mercado de gráficos de médio porte.

Fontes da cadeia de suprimentos relatam que a AMD pretende sediar um evento de lançamento dedicado no final de fevereiro, concentrando-se nas especificações técnicas das placas gráficas RX 9070 XT e RX 9070. Esta abordagem é vista como estratégica para manter os detalhes completos em sigilo, permitindo assim ajustes em resposta às estratégias de preços da NVIDIA. Alguns varejistas receberam amostras de engenharia antecipadamente, mas a AMD solicitou um adiamento nas vendas para alinhar sua estratégia de canal global.

Em termos de desempenho, o RX 9070 XT é equipado com 4.096 processadores de fluxo a uma velocidade aumentada de 2.970MHz, prometendo um desempenho comparável ao RTX 4080 Super em testes de rasterização tradicionais, embora potencialmente seja oferecido a um preço 15% menor do que seu concorrente, com o RTX 5070 Ti a um preço de US $749. No entanto, o ray tracing permanece desafiador para a AMD: em cenários de ray tracing 4K em Cyberpunk 2077, a taxa de quadros do RX 9070 XT posiciona-se entre o RTX 4070 Ti Super e o RTX 3090 Ti, ficando cerca de 18% atrás dos atuais modelos principais da NVIDIA.

Na esfera da inovação técnica, o RDNA 4 apresenta três atualizações significativas que merecem atenção:

• Reconfiguração de Hardware de Ray-Tracing: O acelerador de luz de terceira geração emprega a renderização em pedaços para minimizar cálculos de luz ineficazes, aumentando teoricamente a eficiência em 40%.
• Integração com o motor de IA da Xilinx: o FSR 4 pode alcançar a superamostragem dinâmica em 4K, embora a compatibilidade com jogos seja apenas um terço da do DLSS 4.
• Aproveitamento do avanço no processo de fabricação: o processo de 4nm da TSMC incrementa a eficiência energética em 22%, porém, o rigoroso controle de tensão necessário (0,8 mV) resulta em um rendimento inicial de apenas 67%, o que pode impactar a confiabilidade do fornecimento inicial.

Sob a perspectiva de estratégia de mercado, a AMD está claramente visando um amplo segmento de vendas, visando satisfazer os gamers 4K tradicionais com preços acessíveis. Esta estratégia outrora auxiliou a capturar 20% da parcela de placas gráficas no Steam; no entanto, o cenário mudou: a tecnologia DLSS agora é compatível com 32% dos jogos populares no Steam, enquanto o FSR suporta apenas 10%, afetando diretamente a experiência geral do usuário.

Analisando as táticas da cadeia de suprimentos, revelam-se complexidades mais profundas: a AMD exige que as fundições reduzam a latência da memória GDDR6 para 1,2 ns (em comparação com o padrão da indústria de 1,5 ns), melhorando a utilização da largura de banda, mas aumentando o custo dos módulos de memória em 7%. Em contrapartida, a tecnologia "Dynamic Frequency Adjustment" da NVIDIA possibilita o overclocking automático de 3 a 5% da memória com base nas cargas variáveis, assegurando flexibilidade de desempenho.

Neste confronto tecnológico, o sucesso final pode não depender apenas das especificações de hardware. Análises indicam que 60% dos jogadores estão dispostos a alocar 15% do seu orçamento para recursos superiores de ray tracing, enquanto apenas 28% consideram trocar de marca devido a diferenças de custo. Para a AMD, o verdadeiro desafio do RDNA 4 está em converter sua vantagem de processamento em um avanço de ecossistema a longo prazo, principalmente quando o DLSS 4 está imerso na geração de cenas em tempo real baseadas em inteligência artificial. A menos que o FSR 4 vá além da simples escalagem de resolução, a investida da AMD, liderada pelo valor, pode não prosperar.