Enquanto os processadores de arquitetura Zen 5 da AMD continuam a se destacar no mercado, a Intel, silenciosamente, revela seus planos para a nova geração de processadores, conhecida como Nova Lake. Segundo informações de amostra de engenharia compartilhadas por um usuário do Reddit, o modelo de ponta Nova Lake-S contará com 16 núcleos de desempenho (P-core) e 32 núcleos de eficiência (E-core), dobrando a contagem de núcleos da série Arrow Lake atual. Essa ousada estratégia é vista como uma resposta direta ao impressionante Zen 6 da AMD, que possui um design de 32 núcleos por CCD.

As especificações vazadas indicam que pela primeira vez a série Nova Lake integrará um design de módulo de computação duplo:

• NVL-SK Desktop Flagship: Design duplo de 8 núcleos P ao lado de 16 núcleos E.
• Estação de trabalho móvel NVL-HX: Configuração única de 8 núcleos P e 16 núcleos E.
• NVL-U Ultra Low Power Edition: Configuração focada de 4 P-core.

Além disso, podemos esperar futuras configurações com 16 núcleos P e 32 núcleos E. Essa nova arquitetura visa criar um "efeito twin-turbo", reduzindo a latência de comunicação por meio de módulos discretos, mantendo o potencial para atingir uma velocidade impressionante de 5,8 GHz. Contudo, analistas de hardware alertam que o design duplo de módulo pode aumentar a latência do bus de anel em 23%, afetando o desempenho em aplicações com menor demanda de threads, como jogos.

Conforme os dados atualmente disponíveis, o Nova Lake enfrenta dois grandes desafios:

• Escolha do processo: Optar pelo processo maduro N3B da TSMC, que é caro, ou se aventurar no processo 18A da Intel, que traz riscos associados à tecnologia mais atual.
• O design de módulo duplo expande a área do chip em 37%, e as amostras experimentais apresentam rendimento de apenas 58%, bem inferior aos 72% do Zen 5.

Notavelmente, o Nova Lake pode estrear com suporte para PCIe Gen 6.0, proporcionando um aumento de 33% na largura de banda a 128GT/s, em comparação com o PCIe 5.0. Essa melhoria na largura de banda pode ser extremamente benéfica para desenvolvedores de IA que necessitam de alta capacidade de manipulação de dados, mas ao mesmo tempo, representa desafios para o abastecimento de energia da placa-mãe e o design de resfriamento.

A Intel visa iniciar a produção em massa do Nova Lake em 2026, alinhando-se com o lançamento do Zen 6 da AMD. As duas empresas adotaram estratégias divergentes:

• Ao dobrar a contagem de núcleos, a Intel pretende capturar o mercado de processamento multi-threaded, prevendo um aumento de 41% nas pontuações multicore do Cinebench R24.
• Focando na eficiência energética, o Zen 6 deve consumir 22% menos energia na mesma frequência.

Essa divergência remete aos caminhos tecnológicos dos veículos a combustível versus veículos elétricos. A análise do setor indica que criadores de conteúdo geralmente priorizam o desempenho multicore, enquanto jogadores preferem alta capacidade de frequência única. A capacidade da Nova Lake em satisfazer ambos os setores influenciará grandemente sua aceitação no mercado.

As atuais otimizações do sistema Windows 11 para arquiteturas híbridas são inadequadas, levando à subutilização dos núcleos E, como observado nos sistemas Arrow Lake. Sem suporte adequado ao nível do sistema, a estratégia da Nova Lake de duplicar o núcleo pode enfrentar os mesmos problemas de agendamento que afetaram a implementação da 12ª geração Core da Intel. Testes realizados pela comunidade em ambientes como Blender mostram que apenas 78% do potencial de um processador de 24 núcleos é atualmente utilizado.

De Alder Lake a Nova Lake, a Intel passou cinco anos aumentando progressivamente a contagem de núcleos heterogêneos, atingindo até 64 threads. No entanto, com a AMD utilizando tecnologias como o 3D V-Cache para melhorar o desempenho de jogos em processadores de 16 núcleos, a concorrência ultrapassou a simples contagem de núcleos. Para a Nova Lake, o verdadeiro desafio não reside apenas em acumular mais núcleos, mas em otimizar cada transistor para máxima eficiência em diversos cenários. Afinal, na corrida tecnológica, a experiência do usuário, e não apenas as especificações físicas, é o que define o sucesso.