As recentes atividades da Intel têm gerado um burburinho significativo na indústria de tecnologia. A gigante dos chips teria encomendado à TSMC a produção de seus processadores Nova Lake de próxima geração, utilizando a avançada tecnologia de processo de 2nm. Simultaneamente, a Intel está avançando com seu próprio processo interno 18A, atualmente reservado para produtos como Panther Lake e Clearwater Forest. Claramente, a Intel persegue uma estratégia dupla – combinando fabricação interna com serviços de fundição externos – para encontrar um equilíbrio ideal e revitalizar o mercado de processadores de desktop até 2026.
Nova Lake é posicionado como o sucessor do Arrow Lake da Intel e é antecipado como um grande avanço para processadores de desktop. Espera-se que o chip obtenha até 52 núcleos híbridos, compreendendo 16 núcleos de desempenho Coyote Cove, 32 núcleos de eficiência Arctic Wolf e quatro núcleos de baixa potência, que podem ser integrados em módulos SoC separados. Comparado ao seu antecessor, Nova Lake apresenta avanços arquitetônicos significativos: os núcleos de desempenho evoluíram de Lion Cove para Cougar Cove e agora para Coyote Cove, enquanto os núcleos de eficiência passaram de Skymont para Darkmont e agora para Arctic Wolf. Esta configuração é impressionante, visando equilibrar alto desempenho com baixo consumo de energia, atendendo a diversas necessidades, desde jogos até multitarefa.
Para acomodar este poderoso chip, o Nova Lake utilizará o novo soquete LGA1954. Este desenvolvimento implica que as placas-mãe da série 800 existentes se tornarão obsoletas, e aqueles que desejam uma atualização poderão precisar substituir também suas placas-mãe. Embora este custo adicional possa ser desafiador, os novos slots normalmente oferecem maior largura de banda e escalabilidade, facilitando futuras melhorias na plataforma. A estratégia da Intel claramente visa a competitividade a longo prazo.
A decisão da Intel de utilizar o processo de 2nm da TSMC parece ser um movimento estratégico e calculado, em vez de uma escolha casual. Já em 2023, a Intel indicou que o Nova Lake teria uma fonte dupla, com modelos de alto desempenho possivelmente fabricados usando o processo de 2nm da TSMC e versões de nível inferior baseadas em seu próprio processo de 18A. Esta abordagem flexível pode aliviar a pressão na linha de produção 18A e garantir a entrega oportuna do chip. O processo de 2nm da TSMC é altamente procurado não apenas pela Intel, mas também pela AMD, para seu chip de servidor Zen 6 "Venice", e pela Apple, para o chip A20. Esta tecnologia de ponta pode aumentar a densidade de transistores para mais de 300 milhões por milímetro quadrado, reduzir o consumo de energia em quase 30% e aumentar o desempenho em mais de 10%. Embora promissor, o custo é alto, com rumores de que as taxas de produção de wafer de 2nm chegam a US$ 30.000 por unidade, significativamente maior do que os custos de 3nm.
A parceria entre Intel e TSMC não é nova, com o Arrow Lake utilizando os processos de 3nm e 5nm da TSMC, e as GPUs Lunar Lake e Battlemage também dependendo da tecnologia da TSMC. Esta colaboração permite que a Intel introduza rapidamente novos produtos, compensando seus próprios desafios de fabricação. No entanto, a terceirização frequente aumenta os custos, exigindo que a Intel equilibre a velocidade de mercado com o controle de despesas. Por outro lado, o seu próprio processo 18A apresenta grande promessa. Esta inovação introduz um transistor de porta de enrolamento completo e um design de fonte de alimentação backside, melhorando significativamente o desempenho e a eficiência energética. Os dados indicam que, em condições de baixa tensão, o processo 18A oferece um desempenho 18% maior do que seu antecessor, com um consumo de energia 38% menor e uma densidade de transistores que atinge 238 milhões por milímetro quadrado. Os primeiros chips de 18A, Panther Lake e Clearwater Forest, foram testados com sucesso e estão programados para produção em massa em 2025.
A jornada para o 18A não foi sem obstáculos. Devido à descontinuação do processo anterior de 20A, a Intel concentrou todos os seus recursos no processo de 18A, colocando a linha de produção sob tensão. Inicialmente, o Clearwater Forest estava programado para um lançamento em 2025, mas foi adiado para o primeiro semestre de 2026 devido a problemas de embalagem. Para evitar atrasos nos produtos de consumo, a Intel optou por delegar algumas encomendas do Nova Lake à TSMC. Michelle Johnston Holthaus, diretora de produtos da Intel, disse: "Para entregar o melhor produto aos usuários, terceirizaremos quando necessário." Essa postura pragmática sublinha a adaptabilidade da Intel e levanta questões sobre suas futuras capacidades de fabricação interna.
Há uma vantagem adicional para a abordagem de fonte dupla: atrair clientes externos. Há rumores de que a NVIDIA pode usar o processo 18A para GPUs de consumo, com a Broadcom e a AMD também demonstrando interesse. Se o 18A alcançar a produção em massa bem-sucedida e garantir pedidos substanciais, o negócio de fundição da Intel poderia experimentar uma reviravolta. No entanto, deve lidar com a formidável concorrência da TSMC e da Samsung, exigindo habilidade em tecnologia, capacidade e preço.
Em 2026, Nova Lake enfrentará concorrência do Zen 6 da AMD e do A20 da Apple. Conhecido por seu foco em servidores, o Venice da AMD poderia conter até 128 núcleos para um desempenho formidável. O A20, da Apple, aproveitará o baixo consumo de energia da arquitetura ARM para manter seu domínio no mercado móvel. Para que a Intel domine o segmento de desktops, o Nova Lake deve se destacar em todos os níveis em desempenho, preço e compatibilidade. A concorrência da indústria de semicondutores está se intensificando. O desenvolvimento de processos de 2nm custa mais de um bilhão de dólares, enquanto a construção de usinas envolve investimentos multimilionários. A crescente demanda por fotolitografia de precisão em instalações de fabricação levou a escassez recorrente de equipamentos e atrasos nos prazos de entrega. Assim, a aliança da Intel com a TSMC aborda as realidades atuais, contemplando também o futuro.
Para os entusiastas de tecnologia, os 52 núcleos e o novo design de soquete da Nova Lake são, sem dúvida, atrativos, e avanços no processo 18A poderiam apresentar oportunidades emocionantes em IA e computação de alto desempenho. Seja o 2nm da TSMC ou o 18A da Intel que prevaleça, os consumidores se beneficiarão de chips mais robustos e eficientes em termos de energia. A competição de chips antecipada em 2026 é certamente algo a ser aguardado.